quarta-feira, 11 de abril de 2012

Qual é o meu traço?

Ao contrário de muitos colegas de profissão eu tenho grande dificuldade 
em responder qual é o meu traço.
E acredito que o editor que procurá-lo, como um único, 
também terá grande dificuldade nesta tarefa.
Acontece que eu não tenho um único traço característico. 
Tenho alguns traços com algumas características semelhantes, 
por assim dizer.
E pra tornar essa "classificação" do meu traço ainda mais complicada, 
eu também me dou ao prazer de trabalhar com diferentes técnicas: 
aquarela, lápis de cor, acrílica, colagem...
Não é pra encrencar não, viu? 
É que, como ilustradora, acredito que a técnica e o traço 
de uma ilustração estão a serviço da narrativa. 
Quando digo narrativa, não me refiro exatamente (ou somente) 
ao texto, mas ao tom, a atmosfera, a voz narrativa da história. 
E, é por isso, que busco sempre pesquisar e experimentar 
técnicas e traços que possam me ajudar a contar melhor 
determinada história para o leitor. 
Este post é um pequeno mosaico de alguns trabalhos em que uso, de forma bem variada, 
diferentes soluções para as ilustrações. 
Buscando sempre agregar valor a narrativa, 
através das imagens que crio para elas.


Colagem de tecidos e apliques e estampa feita com carimbo de folhas naturais para contar a história de Berenice "A aranha bordadeira".


 Colagem de páginas de livros e revistas e muita fantasia para dar o clima de "Alice" à "Rita, rita, rita.", tem até o coelho anunciando: "tá na hora da história!"


Muita colagem de tecidos, muita tinta e muito humor pra contar a história divertidíssima dos "Chapeuzinhos Coloridos".


Tecidos, rendinhas, flores e manchas pra compor as memórias da menina em seu "Natal com chuva miúda e cheirinho de jasmim".


Imagens em preto e branco, com colagens e metáforas para compor o clima tenso do juvenil "O menino do capuz vermelho".


Várias camadas de gesso, tinta sépia, manchas e texturas pra compor a lama da história do porquinho "Bonifácio".


Só lápis de cor, recorte e colagem com papéis coloridos e de diferentes embrulhos para uma história cheia de bilhetes em folhas de caderno e em papéis de pão do "Um fio de Amizade".



Pintura sobre papel azul, um colorido a mais pra dar tempero a história da "Avó com cheiro de pão caseiro".

2 comentários:

  1. Marília,
    Muito legal sua reflexão sobre o seu
    trabalho como ilustradora.

    Penso que há espaço para todos os tipos
    de ilustradores de literatura infantil/
    juvenil.O que importa é o compromisso
    do artista com a Arte.
    um bj
    Cristina Sá
    http://cristinasaliteraturainfantile
    juvenil.blogspot.com

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  2. Show!
    Gesso? Imagino a sujeira. Mas ficou super bacana!

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